Saturday, September 29, 2007

Hoje...

Sem palavras para descrever como me sinto: uma calma que me invade, segura pela verdura, e o coração que bate muito forte.

Leste-me como um livro... e isso só bastou para perceber que hoje é o primeiro dia do resto da tua minha vida.
Entregaste-me os Sonnets from the Portuguese num abraço apertado e olhos nos olhos dissemos até já.

Friday, September 28, 2007

A frase do dia

"a vida é como uma cebola que vamos descascando...cada camada é um sonho nosso"

Pingue-pongue II

De lá para cá e para lá.
Os emails sucedem-se, pausados, ao ritmo de um por dia, cheios de sugestões.
Dou por mim a entender o que intui.
Que houve naquele comboio algo de transcendente, que me tocou.
E me fez sentir que pertencia aquele momento.
Havia ali um território familiar, no olhar, na voz e nas ideias.
Já falta pouco para descobrir, se a ilusão me pertence ou se é partilhada...
mas vou arrastar esta desgustação lenta e languida, como se de um Porto rico se tratasse.

Wednesday, September 26, 2007

Pingue-pongue

Já escrevi.
Ele respondeu.
...

Monday, September 24, 2007

No domingo pela tarde...

Ditou o acaso que caminhasses ao meu lado, com a tua bicicleta.
Que me falasses. E eu que te respondesse.
Que no comboio sentados descobríssemos o amor comum pelos livros e por aquele cantinho à beira-mar.
Fez-se a longa viagem curta, soube a pouco.
Prometi escrever. Ainda não o fiz.
Há algo que me diz que será a primeira de muitas cartas, e por isso quero-a especial.
Como se guardasse o meio da torrada para o fim, o último quadradinho da tablette de chocolate.
Para saborear.

Happydaze... happy days:

O atlântico ao alcance de um olhar,
o jornal ao domingo de manhã,
café acabado de fazer,
lençois fresquinhos,
toalhas fofinhas,
o primeiro banho de mar,
a liberdade,
fugir de bicicleta,
loucura sã,
conversas inesperadas,
viajar viajar muito,
a bruma a pairar no mar,
a chuva na cara,
poesia qb,
o inesperado,
ao som de bossanova.

Saturday, September 22, 2007

O final do show

Nos teus olhos vi dor.
Uma tristeza que se arrasta.
Uma guerra interior.

Vai.
Faz esse caminho, a solo.
E manda notícias na volta do correio.
A quem agora não te pode estender a mão.

Wednesday, September 19, 2007

A onda gigante

Umas 6 horas depois de ter chegado ao hotel, 4 das quais passadas pelas brasas de um sono profundo induzido pela longa viagem, outra a nadar na piscina e uma estendida de papo para o ar, tocou o telefone.
Era o chefe, a dizer que havia um alerta geral de um potencial tsunami. Porque tinha havido um terramoto de escala 6.9...na Indonésia.
Depois de um fugaz momento em que mentalmente revisitei aquelas desastrosas imagens do dia 26 de dezembro de há uns anos atrás, fiquei calada.
Estática na cama. Quietinha quietinha. E as células cinzentas a trabalhar...que fazer? O meu saco. Que ponho lá dentro? O passaporte, dinheiro, outros documentos, coisas úteis, sabonete, telefones...e de repente percebi que não adiantava. Se acontecesse acontecia e independentemente de tudo nunca estaria preparada.
Porque nunca estamos preparados. Mesmo que. Mesmo que se pense que sim.
Saco feito, sentada novamente na cama, BBC ligada, seguia atentamente o desenvolvimento das notícias.
Veio o room service, foi-se o jantar, e depois chegou o cansaço. Adormeci. Mesmo sem saber se não ia acordar dali a nada, assustada.
Já na manhã seguinte, vim a saber que estava tudo bem. E que a dita onda não tinha existido.
Mas a espuma dos dias tinha arrombado as minhas certezas e mais uma vez alertado para a fragilidade das coisas. E dos seres humanos.

Monday, September 17, 2007

Do Sri Lanka...

Sunday, September 16, 2007

Ceilão sei não

Há num ar um cheiro a morte
Vêem-se homens e armas
e camuflado
Vêem-se cores vivas e saris
E viúvas alegres e mães sem filhos
Ouvem-se histórias
Um paraíso que num abrir e fechar de olhos se converte em dilúvio
Uma terra fértil
Onde um mar azul água banha a fronteira de ruas que soam a casa
No meio do burburinho
são templos, vidas, famílias marcadas a ferro e fogo
de anos de uma guerra que é tudo menos civil
E no entanto, há ali uma esperança.
Ceilão ceilão.
Teu futuro? Não sei não.

Dating NL

No sábado tive um date com um holandês: físico, doutorado, globetrotter qb, que se aventura nos tempos livres a escalar montanhas.
Quebrado o gelo inicial, falou-se de viagens, da América Latina, de viver aqui, de não se saber de que terra se é. Ouviu-se música, estendidos nas mantas, no jardim escondido da vizinhança. Ao vivo, debaixo das estrelas numa noite onde quase ameaçava chover, houve espaço para orquestra, jazz e flamenco. E alguns olhares cúmplices também. Depois mais uns copos de vinho. Se bem que o carácter acuse a sinceridade típica dos autóctones, que a par e passo se afirmam em cada frase que proclamam, se bem que às vezes houvesse um silêncio, a conversa longa e inesperadamente profunda surpreendeu-me. E ao dito também.
Dissemos adeus na estação.
E ficamos de nos encontrar outra vez dali a umas semanas.
Mas a surpresa maior foi saber que ele dança tango. E isso só vale muitas estrelinhas!

Sunday, September 09, 2007

UK: 4 estrelas

Na quinta tive um date, com um bife, natural da ilha. A verdade é que não há gente mais excêntrica no mundo, de tão clássicos que são na abordagem, conteúdo e apresentação. Tenho dito. Vai daí o rapaz é culto, leu Saramago (eu não consigo, largo à página 3), conhece Pessoa, escritores galegos e afins. Também trabalha para ONGs, anda por aí a saltar pelo mundo, a avaliar campanhas para a Amnistia Internacional e Greenpeace.
Por ter lido Pessoa, levou uma estrelinha. Por ser dedicado à causa levou outra. Por me acompanhar à estação mais uma, e por me indicar o local ideal para um gin tónico em Colombo, muitas mais.
Isto promete.

Friday, September 07, 2007

e mais uma pro rol...

Thursday, September 06, 2007

Vida em Marte

Declaro oficialmente aberta a saison. Do dating.
E escuto a canção:

Muitas vezes o coração
Não consegue compreender
O que a mente não faz questão
Nem tem forças para obedecer

Quantos sonhos já destruí
E deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir
Não pretendo viver em vão

Meu amor não estamos sós
Um mundo espera por nós
No infinito do céu azul
Pode haver vida em Marte


The more I learn, the less I know. Isto também se aplica aos homens. Bichos raros, sui generis.