São Vicente
Hoje, sentada na esplanada, pude observar as trocas de carinho de um casal bem idoso, que almoçava calmamente.
Depois, ao cheirar este ar puro da floresta e da montanha, viajei longe longe até à minha infância e aqueles dias em que passava uma temporada em S.Vicente, Entre-os-Rios com os meus avós .
Lá percebia a troca de afectos e atenções constantes entre os dois. Tive ali um dos maiores exemplos de partilha, do que é estar a dois. E de como dedicados, sempre foram um do outro além de serem eles próprios. Como se sempre se tivessem destinado.
Ainda aos 80 anos, lembro-me de ver o meu avó apanhar flores campestres ao sabor do momento, espontaneamente. E do ar deliciado da minha avó a recebê-las.
Soube muito tempo depois, que aí uns 4 anos depois de casados, a minha avó esteve muito muito doente, quase a morrer. Chamaram o padre, houve extrema unção. E ele não saiu nem um momento da cabeceira, ali passando horas e horas, sem dormir.
Um homem que sempre dormiu pouco. E leu muito. Que me levava a passear aos domingos até à Barra dos Pilotos e me oferecia bolas de berlim. Que desenhava pássaros, que me lia livros, que me mostrava as fotografias da família. Ela, uma mulher que antes de ser mãe e avó era a sua companheira. Desse o que desse. Para trás deixava tudo, e ia. Fosse onde fosse. Desde que fosse com ele.
Eu acho, que naquele leito de quase morte, fizeram uma promessa de nunca se separarem. Por isso, quando ela partiu, já estava ele como que mergulhado numa demência. Como se não fosse capaz de lhe dizer adeus. Ainda assim, em raros momentos de lucidez, quando se apercebia que ela não estava ali, chorava emocionado.
Ele e ela tinham 11 anos de diferença.
Nós também.
Depois, ao cheirar este ar puro da floresta e da montanha, viajei longe longe até à minha infância e aqueles dias em que passava uma temporada em S.Vicente, Entre-os-Rios com os meus avós .
Lá percebia a troca de afectos e atenções constantes entre os dois. Tive ali um dos maiores exemplos de partilha, do que é estar a dois. E de como dedicados, sempre foram um do outro além de serem eles próprios. Como se sempre se tivessem destinado.
Ainda aos 80 anos, lembro-me de ver o meu avó apanhar flores campestres ao sabor do momento, espontaneamente. E do ar deliciado da minha avó a recebê-las.
Soube muito tempo depois, que aí uns 4 anos depois de casados, a minha avó esteve muito muito doente, quase a morrer. Chamaram o padre, houve extrema unção. E ele não saiu nem um momento da cabeceira, ali passando horas e horas, sem dormir.
Um homem que sempre dormiu pouco. E leu muito. Que me levava a passear aos domingos até à Barra dos Pilotos e me oferecia bolas de berlim. Que desenhava pássaros, que me lia livros, que me mostrava as fotografias da família. Ela, uma mulher que antes de ser mãe e avó era a sua companheira. Desse o que desse. Para trás deixava tudo, e ia. Fosse onde fosse. Desde que fosse com ele.
Eu acho, que naquele leito de quase morte, fizeram uma promessa de nunca se separarem. Por isso, quando ela partiu, já estava ele como que mergulhado numa demência. Como se não fosse capaz de lhe dizer adeus. Ainda assim, em raros momentos de lucidez, quando se apercebia que ela não estava ali, chorava emocionado.
Ele e ela tinham 11 anos de diferença.
Nós também.
2 Comments:
Bolas, ta o caldo entornado. acho q a gaija ta apaixonada.
é reconfortante saber-te/sentir-te tão feliz!
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