Ruido na linha
Sem ressentimentos, pensou ele. Ela suspirou: No dia em que não sentir, deixo de existir. Embrenhada por estranhas travessas viajou mais além.
Havia no ar uma sabor amargo, a desilusão.
Ele pensou que era ele - convencido, sempre.
Ela desapontada ripostava, mas o assunto não era esse.
Tinha mas é a ver com a vida e os sentimentos. E isso ele já não podia perceber, porque o essencial é invisível aos olhos e aos corações amarfanhados. E o dele tinha sofrido transformações. E o dela dizia encerrado para obras. Estruturais.
Mas com prazo marcado para abertura.
Indagava-se ela sobre o destino de todos os sonhos aspirados e não vividos. E suspirava de novo. Estarão fechados numa cave à espera do grande estouro? Assim seja.
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