Friday, August 31, 2007

Não negue...

...à partida uma ciência que desconhece!

A vida reserva-nos surpresas
Celebram-se novos pactos
Traçam-se destinos
Cumprem-se sinas
Aqui não se lê o futuro.
Mas existem parques onde a música toca e debaixo do cobertor e das estrelas preparam-se novas rotas:
mensagens, palavras, coincidências.
Sem acasos e sem ocasos,
porque a vida começa agora, de novo.

Thursday, August 30, 2007

Trocando em miudos...

Sentadas na sala, interrogamo-nos. Como pode um homem falar tão bem do que é ser mulher? Chico a Rei. Chico Redentor. Chico Buarque pois.

A vida tem a sua piada.

Friday, August 24, 2007

G&T na hora do lusco fusco

Cai a tardinha. E ela sozinha no escritório.
Sacou do gin e da tónica, ligou o ipod no on, Seu Jorge a tocar, e olhou para o écran.

Sem brisa, havia no ar um calor quente de verão, nem parecia Amsterdão.
Era o tempo da calma, aquela hora do lobo, do sol na janela.

Chegou um email, do M., que dizia ter saudades e que queria vê-la.
Toca o telefone, era o supracitado.

E ela lembrou-se daquela famosa frase do Oscar Wilde:
"Resist everything except temptation".

Ai ai ai, não me provoquem...

Thursday, August 23, 2007

Original

Decide cortar o cabelo, reserva hora no salão mais prestigiado da cidade, com o Art Director. Lá vai.
Ele, muito simpático, muito british, muito definitivamente gay, gaba-lhe a melena.
Ela queria arruivar-se.
Mas ele exige, não não, tem de ser esta outra cor.
Passados uns segundos de hesitação, ela acata e lentamente, todos os fios de cabelo são cobertos por uma pasta...para acordarem 30 minutos depois.

Dá-se então a dança das tesouras, vai o secador, o creme, e uma safanada de vento e lá voam os cabelitos para todo o lado, chá incluído. Há em todos os cabeleireiros, um ambiente religioso. Em tudo um ritual, qual templo. Entra larva sai borboleta.

E o tempo passou.
E de repente ela viu-se ao espelho.
E lá estava, era ela mas não era ela.
Tinha regressado às origens: de olhos mais claros e cabelo bem escuro.

Wednesday, August 22, 2007

Longe longe

Ouvi uma música nas férias que abalou os alicerces.
Porque dizia tudo o que afinal não conseguia explicar.
Hoje ao sentir a distãncia que impera, uma espécie de honra esclarecida em relação a histórias do passado, posso cantá-la em plenos pulmões. Porque fala de mim melhor do que eu própria, e porque não há que ter medo. Além disso, é bonita por demais.

Aqui vai:

Monday, August 20, 2007

Fumeur de gitanes

E não é que ele fuma gitanes como o Serge fumava?

Sunday, August 19, 2007

Palavras sao polaroids

Meia noite.
Onze quilómetros depois, ciclando por aí fora na gazelle, ao som das músicas da Dalida, banda sonora das últimas férias.
Cabelos ao vento, chuva na cara, cheiro a terra molhada.

As palavras, o que são? O que uns dizem, o que outros sentem?
Que significado têm? O que lhe damos? O que outros lhe dão?
E são nossas, até quando? Até que outros as levam?
E quanto duram? Aquele segundo?

Si tu savais como j'ai envie d'un peu de silence...

Thursday, August 16, 2007

Eles andam ai...

Andam sim, que há muito peixe no mar...

Wednesday, August 15, 2007

Viagem no tempo

Hoje vi isto no blog do FJV.

E depois escrevi-lhe:

Tinha saudades do Tua. E da viagem de comboio do Pocinho, e do senhor que passava de carrinho a vender o Sumol de ananás. E dos rebuçados da Régua. E de tudo o que aquilo representava, no regresso ao Porto. O fim de umas férias com os avós, detrás dos montes, por entre as amendoeiras e as figueiras, andar por ali a saltar de pedra em pedra, e a apreciar a liberdade de ser criança num espaço sem paredes.

E depois as torradas na brasa, ao acordar, regadas com azeite. O leitinho quente, a água da fonte, as uvas mornas nos cachos ao sol, os pêssegos colhidos das árvores, as colecções de pedras bonitas arrecadadas nos bolsos dos vestidos.

Obrigada, porque bastou uma fotografia para ser transportada em segundos a outro tempo, o de há 25 anos atrás...