Decide cortar o cabelo, reserva hora no salão mais prestigiado da cidade, com o Art Director. Lá vai.
Ele, muito simpático, muito british, muito definitivamente gay, gaba-lhe a melena.
Ela queria arruivar-se.
Mas ele exige, não não, tem de ser esta outra cor.
Passados uns segundos de hesitação, ela acata e lentamente, todos os fios de cabelo são cobertos por uma pasta...para acordarem 30 minutos depois.
Dá-se então a dança das tesouras, vai o secador, o creme, e uma safanada de vento e lá voam os cabelitos para todo o lado, chá incluído. Há em todos os cabeleireiros, um ambiente religioso. Em tudo um ritual, qual templo. Entra larva sai borboleta.
E o tempo passou.
E de repente ela viu-se ao espelho.
E lá estava, era ela mas não era ela.
Tinha regressado às origens: de olhos mais claros e cabelo bem escuro.